sexta-feira, junho 09, 2006

E a feiticeira mor caiu de amores por um simples mortal...
E fez se conhecer a turbulência na terra encantada!
Ela, ela, ela, logo ela, a Sacerdotiza.....
A que tem como dever dar o exemplo.
A que tem a Lua tatuada no corpo devoto a Deusa e aos Deuses desde que conheceu a luz nesse plano.
Ela, a quem todas devem seguir....
A que escolhe.
A que jamais cria lacos.
A que apenas é o canal, o portal.
Ela, a mulher Lua, a terra santa.
A mulher Deusa, Afrodite, Perserfone, Hecate, Lilith.
A filha, a mae, a ancia.
A boba, a loba, a sábia.
A única que pode abrir todos os portais.
A que respira a magia, a arte antiga.
A que acorda com o rufar singelo das asas da fada.
Ela, que tem no sangue o sangue da rainha do bosque sagrado.
Ela, a que tem os cabelos de fogo, os olhos de mato, a pele de seda.
Ela onde a beleza decidiu morrar...
Irônico destino o dela.......
Pesar profundo na terra encantada.
Acaso o amor pode assim ser tao medonho, pode assim ser tao castrador?
Pode.
Pode ate nos levar a abandonar nosso caminho.....
Ou o caminho que aprendemos por nosso.
Ela tranpos os portais para colher a flor azul que brota unicamente nas margens do rio que ronda a floresta de pedras da lua.
Estava vestida com sua tûnica azul marinho, seus cabelos vermelhos soltos ao vento do norte, seus olhos verdes contemplando todo o novo e impossível de usufruir.
Nao se pode ter tudo.
Estava tomada de encantos pelos sons dos passaros e enebriada pelo cheiro daquela singular mata, estava assim muito perdida em si mesma quando se deu conta da presenca ao seu lado.
Era um homem.
Homem alto, forte, branco, parado, apenas a olhar, perdido nos encantos de uma mulher desconhecida.
Respirou.
Virou se lentamente, como eram todos os seus movimetos, o que viu primeiro foi a cabeleira, farta, dourada, grande, esvoacante, sentiu seu sangue fervendo, suas maos gelando, seu estomago em naúseas.
A alma dela o reconheceu.
Alma de bruxa nao se engana. Recusava-se a crer, nao, ele nao poderia pertencer ao mundo dos mortais...
Desceu mais os olhos e deu de encontro com o olhar que sempre vira em suas visoes, e por seus olhos, entrou na alma de guerra do cavaleiro, ali, indefeso, parado, enfeiticado em segundos eternos, que se recusavam a passar.
Viu, por inteiro o homem a quem poderia entregar sua alma, caso esta nao pertencesse a grande mae, respirou fundo, tentou conter o frenesi que a estava descontrolando e mirou seus olhos na boca dele, rosada, perfeita, foi quando ele sorriu, e o universo abriu-se em desgraca, derrubando as flores de suas maos tremulas, nesse momento, unico e terno, quando ele agilmente baixou-se para pegar as rosas caídas, nesse singelo instante ela sentiu a pele dele, pela primeira vez nessa vida, depois de tantas vidas de desencontros.
E entao aconteceu....
E ela se perdeu nele, na lembranca dele, no que ele era agora.
E quando ela se perdeu, nesse momento, nessa lembranca, nesse reviver, nesse instante infimo onde os passaros cantavam, em que o vento fazia cocegas ao assanhar os cabelos deles, foi nessa hora, que ele, parecendo, também, reconhecer a alma dela, a tomou, sem palavras, sem trocar uma sequer, temendo estragar tamanha beleza sutil.
Ele a abracou e Ela retribuiu mesmo querendo correr, fugir para onde nem ela mesmo soubesse, por que agora ela já nao se pertencia mais e o destino seria incerto onde quer que ela se encontrasse.
E como cabe a todos os enamorados, ela, a que tinha a lua de nascenca no corpo, deu adeus aos seus ritos sagrados e origem real, e foi-se viver num mundo simples, num mundo onde nao era respeitada nem autoridade, mas num mundo onde acordaria todos os dias nos bracos dele.
E há ainda quem acredite que o amor permite escolhas.
O amor é a escolha.
Que ela seja feliz.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial